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Paulo Freire, em sua reflexão sobre a prática pedagógica, aborda a relação entre liberdade e autoridade, destacando que ambas são essenciais na educação, mas precisam coexistir de forma equilibrada.
Ele alerta para os perigos de confundir liberdade com permissividade, assim como autoridade com autoritarismo.
Para Freire, o papel do educador democrático é criar condições para que os estudantes desenvolvam sua autonomia de maneira ética, aprendendo a lidar com limites de forma consciente e responsável.
A liberdade não pode ser absoluta, pois, sem limites éticos, perde seu significado e prejudica a convivência.
Ao mesmo tempo, a autoridade não deve ser opressiva, mas exercer-se como um suporte que orienta os estudantes em seu processo de crescimento e tomada de decisões.
Freire enfatiza que a autonomia não é um estado dado, mas um processo construído por meio da vivência e da responsabilidade.
Ninguém nasce autônomo; torna-se autônomo na prática, enfrentando desafios, assumindo consequências e refletindo sobre suas escolhas.
Freire também destaca que educar exige coragem para apostar na liberdade e na capacidade dos estudantes de participarem ativamente de sua formação.
Ele defende uma pedagogia do diálogo, onde o educador não se coloca como autoridade absoluta, mas como um guia que respeita a individualidade do outro, incentivando a construção conjunta do conhecimento.
Por fim, Freire reafirma que a verdadeira educação democrática é aquela que promove tanto a liberdade quanto a autoridade, sem cair nos extremos de opressão ou permissividade.
É nesse equilíbrio que reside a possibilidade de uma educação transformadora, capaz de formar indivíduos autônomos, críticos e solidários.
Referência:
Freire, P. (2014). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e terra.